Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
7.11.04

Todos os anos morrem nos hospitais portugueses três mil pessoas devido a erros cometidos pelos profissionais de saúde. Quarenta e cinco por cento ocorrem durante as cirurgias, 20 a 30 por cento são falhas na prescrição de medicamentos. A estimativa é feita por Luís Martins e José Fragata, autores de um livro sobre erro médico que será lançado este mês e que ontem foi noticiado pelo Expresso.

Tal como já havia explicado Luís Martins ao DN, «esta estimativa parte de estudos conduzidos nos EUA», adaptando-os à realidade nacional. Porém, o levantamento exaustivo deste fenómeno está ainda por fazer no País. Para este professor do ISCTE, «o erro médico é a ponta do iceberg de uma gestão hospitalar desadequada», e pode ser minimizado ao aperfeiçoar-se a organização das unidades de saúde.

O bastonário da Ordem dos Médicos sublinha que o erro médico é diferente da negligência, e muito mais frequente, concordando que este é «muitas vezes consequência da própria estrutura organizacional» das instituições. Por isso, considera que devia haver uma responsabilidade partilhada com os conselhos de administração. Apesar de sublinhar que «o ideal é não haver erro nenhum», Germano de Sousa considera que três mil casos por ano não é um número elevado, comparando com a realidade internacional.

«O organismo humano não é uma máquina, não se pode prever com exactidão o resultado do que se faz», afirma. Além disso, trata-se de uma profissão de risco. «Os médicos estão sujeitos a situações de grande pressão, sendo obrigados a tomar decisões de urgência, que mais tarde podem vir a revelar-se erradas. São erros aceitáveis e nada têm a ver com negligência, que se aplica apenas aos casos em que um médico não actua da melhor forma, por incompetência ou desleixo», defende. Por isso, Germano de Sousa diz que, independentemente de se encontrar culpados, quando estes existem, há uma responsabilidade que deve ser assumida pela instituição de saúde e não apenas pelo médico, havendo já directivas comunitárias que o prevêem.

Recorde-se que, em 2002, a Inspecção-Geral de Saúde investigou 348 casos por negligência. Destes, foram aplicadas 47 penas, 23 a médicos e 24 a enfermeiros.

 

Link: http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=588518

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