Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
19.10.10

 

Aos 31 anos, Florbela Violante nunca mais vai poder ter filhos e corre o risco de ficar incontinente para o resto da vida.

A mulher, residente em Rio Maior, acusa o serviço de ginecologia do Hospital de Santarém de negligência médica numa cirurgia de emergência que lhe trouxe complicações irreversíveis, realizada ao fim de um ano sem que o seu problema de saúde fosse correctamente diagnosticado.

 

O calvário de Florbela começou em Setembro de 2009, quando deu entrada no hospital com “dores horríveis na zona da barriga”, que foram atribuídas “a uma infecção simples no útero e ovários”.

 

Ao fim de seis dias de internamento e algumas ecografias, deram-lhe alta e medicamentos, com a garantia que estaria curada.

 

“Em Abril de 2010, fui novamente internada mais seis dias com as mesmas dores e os mesmos sintomas, mas ninguém foi capaz de fazer mais exames complementares para identificar o problema”, contou ao nosso jornal a queixosa.

 

Foi mais uma vez tranquilizada e enviada para casa, tendo ainda sido chamada para uma consulta externa em Junho, onde nada de anormal foi detectado.

 

Os problemas mais graves começaram em Julho, quando foi operada de urgência a uma endometriose, “porque, entretanto, a infecção já tinha alastrado para os intestinos”, conta.

 

Como consequência, foi-lhe retirado todo o aparelho reprodutor.

 

Mas, após este procedimento, ficou também incontinente.

 

Veio a descobrir, através do urologista que agora segue o seu caso, que a perda constante de urina se deve a um corte acidental na bexiga, não detectado durante a cirurgia.

 

Agora, prepara-se para ser sujeita a uma nova intervenção para tentar travar a incontinência, mas não tem garantias de que a operação será bem sucedida.

 

“Ninguém imagina o sofrimento que é viver assim. Além de não poder ter mais filhos, corro o risco de usar fralda para o resto da vida”, desabafou ao nosso jornal a queixosa.

 

“Na maior parte dos dias, nem me apetece levantar da cama”, acrescenta esta proprietária de um café em Rio Maior.

 

As consequências da operação cirúrgica causam-lhe óbvios transtornos na sua actividade diária.

 

Florbela Violante afirma já ter “esperado tempo suficiente” e promete ir até às últimas consequências com o seu caso, para que todo o pessoal clínico que teve intervenção no seu caso “seja chamado a assumir as suas responsabilidades”.

 

Já preencheu o livro amarelo no Hospital de Santarém, vai expor o caso à Ordem dos Médicos e pondera também accionar um processo na justiça.

 

“Além dos problemas físicos, há danos psicológicos e morais que são irreparáveis”, sublinha.

 

 

Hospital “lamenta”, mas refuta responsabilidades

 

Contactada pelo nosso jornal, a direcção clínica do Hospital de Santarém rejeita qualquer acusação de negligência médica.

 

O director, José Marouço, começa por explicar que a operação de emergência não foi provocada por nenhuma infecção que devia ter sido detectada nos internamentos anteriores, mas sim porque, “em Julho, surgiram novas suspeitas que a paciente teria um tumor maligno no ovário”.

 

“No decorrer da cirurgia, verificou-se a inexistência do tumor e que se tratava apenas de uma endometriose. Tanto numa como noutra situação, trata-se de um processo mutilante, pelo que lhe foram extraídos o útero e os dois ovários”, explica.

 

José Marouço confirma que “a operação provocou uma fístula entre a bexiga e a vagina, que provoca a actual situação de incontinência”, mas acrescenta que esta complicação “é um risco próprio associado a este tipo de intervenção”.

 

“O hospital lamenta que um dos riscos possíveis, ainda que diminuto, tenha ocorrido”, disse o director clínico, acrescentando que a operação à bexiga ainda não foi realizada porque “clinicamente, é preciso esperar cerca de três a quatro meses após a operação inicial”.

 

Segundo o mesmo, têm uma “taxa de sucesso superior a 90%, mas não garantias absolutas que possamos dar à paciente”.

 

Link: http://www.oribatejo.pt/2010/10/utente-acusa-hospital-de-santarem-de-negligencia-medica/

 

link do postPor Inconformado, às 19:40  comentar

Médicos deixam luva dentro da garganta de paciente | © 123RF

 

A cirurgia a Wayne Williams tinha como objectivo melhorar a sua respiração, mas o paciente acordou com falta de ar... devido a uma luva de látex no interior da sua garganta.

 

Quando Williams acordou da operação com dificuldade em respirar, os médicos do Hospital St. George em Tooting, no sudoeste de Londres disseram-lhe que ele estava óptimo.

 

Um ano mais tarde, um exame revelou que ele tinha uma luva na garganta, que provocou cicatrizes nas suas cordas vocais.

 

O homem de 36 anos afirmou que o sucedido arruinou-lhe a vida, impedindo-o de trabalhar.

Wayne recebeu 350 mil libras (cerca de 396 mil euros) de indemnização pela negligência médica, mas o hospital recusa-se a fazer qualquer comentário sobre o caso.

 

Link: http://www.destak.pt/artigo/77946-medicos-deixam-luva-dentro-da-garganta-de-paciente 

link do postPor Inconformado, às 19:37  comentar

 
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