Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
14.11.10

 

Mais de 30 médicos e enfermeiros podem ser afastados do Hospital Stafford, em Inglaterra, pelo escândalo que se instalou em redor da unidade de saúde: está em curso um inquérito para apurar quantas pessoas morreram desnecessariamente, ou seja por negligência médica.


Durante o decorrer da investigação, foram indiciados 57 profissionais de saúde devido aos actos de conduta e eventual responsabilidade na morte de centenas de pessoas.

 

O diário britânico 'The Telegraph' revelou que sete profissionais envolvidos no caso, que iam enfrentar sanções disciplinares, escaparam por terem encontrado trabalho noutros hospitais.
 
Para já, 97 famílias de pacientes que morreram ou que foram vítimas de maus cuidados médicos no Hospital Stafford vão receber uma indemnização acima das 27 500 libras (cerca de 32 418 euros).

 
Os advogados das vítimas afirmam que as falhas médicas do hospital deixaram os pacientes em situações degradantes e humilhantes, desrespeitando os direitos humanos.
 
Ao todo, o fundo do hospital irá pagar compensações no valor de 1,1 milhões de libras (aproximadamente 1,3 milhões euros).

 

CORTES NO ORÇAMENTO LEVARAM A FALHAS

 

A Comissão de Saúde, que investiga o caso, apurou que as mortes podem ter ocorrido devido aos cortes feitos pela administração do hospital e às metas governamentais, que levaram a perder a noção das responsabilidades que têm na prestação dos cuidados de saúde.
 
Robert Francis, um dos responsáveis por identificar os funcionários negligentes, disse que se pensa terem morrido desnecessariamente entre 400 a 1200 pacientes, desde 2005 a 2009.

 
O primeiro de quatro inquéritos revelou, em Março de 2009, que os pacientes eram “rotineiramente negligenciados” e terão passado por um “inimaginável” stress e sofrimento. Eram deixados a “soluçar e humilhados” pelos profissionais.

 

As provas são tantas que existem cerca de 150 potenciais testemunhas e um milhão de páginas escritas.

 

POSIÇÃO DO GOVERNO
 

O inquérito ao Stafford Hospital foi ordenado pelo primeiro-ministro britânico, depois de o governo trabalhista ter dito que o apuramento dos factos se devia realizar à porta fechada.

David Cameron explicou que os familiares dos doentes que morreram têm o direito de saber o que aconteceu e que os funcionários do hospital devem "contar a sua história", avança a 'Sky News'.

O secretário de Estado britânico da Saúde afirma agora que eventuais falhas no funcionamento do Stafford Hospital devem ser apuradas de forma a "combater a cultura do segredo e restaurar a confiança pública".

 

Link: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/hospital-britanico-investiga-30-medicos-por-mortes-negligentes 

link do postPor Inconformado, às 21:16  comentar

4.11.10

Antonio Meño ficou em coma depois de uma intervenção estética ao nariz numa clínica em Madrid. Ele e os seus pais responsabilizam a clínica por erro médico e lutam por isso em tribunal, num caso que dura há 21 anos.
Antonio Meño tinha 21 anos quando se dirigiu a uma clínica privada, em Madrid, para fazer uma cirurgia estética ao nariz. Durante a intervenção, algo correu mal e Antonio ficou em coma. Perdeu a capacidade motora e da fala.

Desde aí é dependente dos pais. O caso foi para tribunal, sendo a acusação de negligência médica, alegadamente por parte do anestesista.

Da última vez, o tribunal absolveu a clínica e o anestesista, e condenou os pais de Meño a pagar as custas judiciais do processo. Mas nem ele nem os pais desistiram, e recorreram da decisão. Já se realizou a última audiência para ouvir novamente as testemunhas.

Nova testemunha confirma negligência

 

Desta vez, uma nova testemunha confirmou a teoria de que foi negligência. Ignacio Frade afirmou que estava presente na sala de operações, na altura como aprendiz. Diz que durante a operação, o tubo por onde o paciente estava a receber oxigénio se soltou e que o anestesista só se apercebeu cerca de cinco minutos depois.

Quando questionado sobre o porquê de se ter mantido em silêncio durante todo este tempo, Frade respondeu que o cirurgião, entretanto já falecido, lhe terá dito que a família tinha sido indemnizada e o anestesista responsabilizado.

Acrescentou ainda que achava que Antonio Meño tinha morrido, até o encontrar quando passava na rua onde ele se instalou com os pais como forma de protesto sobre a anterior decisão do tribunal.

Decisão deve ser conhecida dentro de poucos dias

 

No final do julgamento, alguns magistrados alertaram para a importância do "sentimentalismo" e o instinto "humanitário" não se sobrepusessem ao sentido de justiça e ao que é realmente a lei.

Aguarda-se agora a decisão dos três juízes responsáveis pelo caso. Deverá ser conhecida dentro de alguns dias.

 

Link: http://aeiou.expresso.pt/espanhol-em-tribunal-ha-21-anos-por-erro-medico=f613362

 

link do postPor Inconformado, às 18:44  comentar

2.11.10

Outras opiniões médicas ajudam a reduzir diagnósticos e cirurgias inadequados e consequente redução da despesa na Saúde

 

Reduzir diagnósticos incorrectos e cirurgias inadequadas e controlar a despesa na Saúde


Quantas vezes foi ao médico, teve um diagnóstico perturbador, e sentiu vontade de ir a outro médico pedir uma outra opinião?

Pedro Meira e Cruz, director da Best Medical Opinion - empresa que disponibiliza Pareceres Médicos em Portugal e líder nesta área - lança esta pergunta, aos portugueses, num momento em que se assiste a grandes cortes orçamentais na Saúde, o que, segundo o responsável desta empresa, terá consequências dramáticas na qualidade da prestação de cuidados de saúde, levando a um sentimento de maior falta de confiança, por parte dos cidadãos, relativamente aos serviços de saúde em geral.

Num resumo sobre a história recente das segundas opiniões em medicina, Pedro Meira e Cruz explica os benefícios desta prática médica e a forma como ela tem sido encarada e perfilhada no estrangeiro:

“Em meados do século XX, havia a teoria de que, recorrer a uma segunda opinião médica sobre os elementos clínicos já existentes, seria uma prática benéfica, quer para o paciente (do ponto de vista do bem-estar psicológico e emocional), quer para as instituições (do ponto de vista da gestão e do controlo de custos).

A linguagem médica é, frequentemente, impenetrável e a comunicação médico-paciente é, muitas vezes, de difícil entendimento, pelo paciente.

Considerou-se que um outro parecer médico, desde que rigoroso e fundamentado, poderia ser útil para o paciente, já que este ficaria mais esclarecido relativamente a eventuais dúvidas que pudesse ter sobre o seu diagnóstico e possíveis tratamentos. Uma reavaliação dos elementos do paciente, com precisão, poderia também evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários que representavam incómodos e elevados custos para o próprio paciente e para as instituições de saúde.

Com efeito, em vários países do mundo, a segunda opinião médica foi, há mais de uma década, implantada e estimulada por diversas instituições, nomeadamente pelas respectivas autoridades sanitárias públicas, comprovando-se, mais tarde, que contribuiu, de forma significativa para a melhoria na qualidade da prestação de cuidados de saúde, bem como para o controlo dos custos com a Saúde.”

A implementação desta prática médica e a sua evolução nos EUA, nos últimos trinta anos, foram estudadas e documentadas em publicações científicas e especializadas. Na década de 70 foram publicados os primeiros dados destes estudos, que indicavam que 30% das pessoas que procuraram voluntariamente uma segunda opinião para cirurgias programadas, não tinham confirmação de necessidade das cirurgias propostas. O programa da Universidade de Cornell (EUA) analisou a segunda opinião e, de acordo com os autores, concluiu que 27,6% dos pacientes não tinham confirmação cirúrgica, sendo que, destes últimos, 82% não haviam sido submetidos à cirurgia após seis meses e 77,9% continuaram sem a cirurgia após um ano. Esta mesma pesquisa foi repetida na década de 90, quase vinte anos depois, demonstrando uma média de 9% de cirurgias não confirmadas.

No Brasil, uma equipa da Universidade do Paraná estimou que neste Estado, em 1997, foram gastos, à data actual, cerca de 1.500.000,00 Euros em cesarianas desnecessárias. No programa da Universidade de Cornell, nos EUA, a taxa custo/benefício por cada dólar investido, representou uma poupança de 4,77 Eur, o que significa uma redução dos gastos em 17,6% enquanto o programa da Universidade de Massachusetts (EUA), realizado de 1976 a 1978, a taxa custo/benefício por cada dólar investido, representou uma poupança de 2,43 Eur. Esta poupança é ainda extensível a exames de anatomia patológica: após reavaliação de lâminas, o custo/benefício de cada dólar investido representou uma poupança de 1,37 Eur. Este estudo conclui que diagnósticos que haviam sido declarados malignos, eram benignos. Nos EUA, companhias de seguros estimam que 25% dos primeiros exames feitos em radiologia das mamas têm diagnósticos errados ou mal interpretados.

No Canadá, para se poder retirar o útero passou a ser obrigatório um novo parecer médico. Esta obrigatoriedade é, segundo os autores, um mecanismo de protecção para os pacientes menos esclarecidos e de impedimento que médicos e hospitais hajam de má fé. A obrigatoriedade tornou-se uma ferramenta de gestão em Saúde para evitar abusos e intervir com eficiência. Ao mesmo tempo, a solicitação de uma segunda opinião por parte dos médicos tornou-se um mecanismo de protecção contra a má prática médica, assim como um recurso para confortar o paciente, garantindo-lhe que a sua prática está a seguir as orientações técnicas e científicas adequadas.

Pedro Meira e Cruz conclui: “Temos assistido a um crescimento da procura de Pareceres Médicos que, por serem organizados, detalhados e fundamentados, permitem que qualquer cidadão com um diagnóstico já realizado, possa analisar e ponderar sobre a doença e tratamentos disponíveis e reduzir as incertezas quando tem de tomar decisões nesta área tão importante da sua vida.

A sociedade está em constante evolução e hoje o cidadão é crítico e exigente, querendo saber o máximo de informação sobre a sua saúde, o que aliás, é legítimo.

A Internet tem sido, ao longo das últimas décadas, a forma mais fácil de obter informação célere sobre a saúde. No entanto, muita da informação disponibilizada através deste meio não é verdadeira e a que o é deve ser ‘peneirada’ por quem conhece bem as matérias. De um modo geral, as pessoas interpretam mal muita da informação contida na Internet quanto à saúde e isso tem vindo a ter graves consequências na saúde dos cidadãos.

Por outro lado, os Pareceres Médicos, sendo documentos autênticos (assinados pelos médicos) também têm vindo a ser procurados, para situações de divergência de opinião ou de conflito, seja por parte dos cidadãos em geral, seja por parte de Advogados. Isto porque, naturalmente, que os Pareceres Médicos podem ser utilizados para os fins entendidos por convenientes, nomeadamente em tribunal se for considerado que o Parecer Médico pode ser importante. Não cabe à Best Medical Opinion determinar a finalidade de cada Parecer.”


Sobre a Best Medical Opinion

Implementada em 2010, a Best Medical Opinion é a primeira empresa, em Portugal, a disponibilizar Pareceres Médicos, emitidos exclusivamente, com base em documentação fornecida, com o objectivo de ajudar a esclarecer dúvidas sobre a saúde individual.
 
link do postPor Inconformado, às 12:00  comentar

 
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