Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
23.12.10

Duas médicas, de 41 e 47 anos, e um médico, de 41 anos, são acusados de um crime de homicídio por negligência, por alegadamente não terem prestado o socorro devido um homem de 65 anos, que depois de ir três vezes às urgências do Hospital das Caldas da Rainha no espaço de 24 horas, acabou por falecer. O caso arrasta-se desde 2003 e na semana passada a audiência para início de julgamento no tribunal das Caldas acabou por ser cancelada, por falta de uma perícia.

 

Segundo o despacho de acusação, a que o JORNAL DAS CALDAS teve acesso, José Vieira Camacho recorreu por três vezes ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, nos dias 22 e 23 de Julho de 2003, sempre com queixas e falta de ar, suores e abundantes dores no peito.

 

Na primeira vez foi assistido por uma médica e pela chefe de urgência, que lhe prescreveram medicação e deram-lhe alta, “sem contudo ficar qualquer registo sobre as razões de tal decisão”, refere o Ministério Público.

 

“Face à taxa de glicemia no sangue superior a 466 mg/dl, associados às queixas de falta de ar e dor no peito, justificava-se prosseguir o estudo do caso do doente com o seu internamento, nomeadamente para o controle da glicemia, que deveria ser reavaliada de hora em hora e a realização de um electrocardiograma”, defende o Ministério Público.

 

José Camacho regressaria no mesmo dia aos serviços de urgência, devido ao facto do seu estado de saúde não registar melhoras. Foi então assistido por um médico, que após receitar medicação, e em concordância com a chefe de equipa da urgência, voltou a dar-lhe alta.

 

No dia seguinte, pela terceira vez, foi levado aos serviços de urgência, tendo durante o caminho sido assistido pelos bombeiros, que lhe mediram a glicemia, com valores de 490 mg/dl, e o colocaram com oxigénio. Chegado ao hospital, e na altura em que estava a ser analisado por outra equipa médica, entrou em paragem cardio-respiratória, vindo a falecer.

No certificado de óbito, consta como causa da morte “enfarte agudo do miocárdio devido ou consecutivo a diabetes melitus, insuficiência respiratória e doença pulmonar crónica obstrutiva”.

 

O Ministério Público sustenta que a morte “veio a ocorrer devido à falta de tratamento médico adequado aquando da assistência recebida pelo doente nas primeiras duas intervenções no Centro Hospitalar”.

 

“Face a toda a sintomatologia apresentada nas duas ocorrências e o registo existente dos valores elevados relativos a glicemia capilar, exigia a realização de outros exames de diagnóstico complementar, nomeadamente a realização de um electrocardiograma e controle dos valores da glicose no sangue, pelo que nestas circunstâncias o doente deveria permanecer naqueles serviços”, refere o Ministério Público.

 

“A omissão de tais procedimentos médicos veio a potenciar o risco de morte que veio a ocorrer”, vinca.

 

Familiares indignados com atrasos

 

Sandra Camacho, Henrique Camacho e Gabriela Camacho, três filhos da vítima, que era funcionário da EDP e estava prestes a reformar-se, não percebem como é que o processo se arrasta há mais de sete anos no tribunal e ficaram indignados por terem recebido há dias a informação de que a datas previstas para o início e continuação do julgamento tinham sido consideradas “sem efeito”.

 

“Foi-nos dito pelo advogado que se devia a uma questão de competência do tribunal para julgar o pedido de indemnização cível e que uma coisa não podia avançar sem outra. Nos serviços do tribunal disseram-nos que faltava uma perícia”, revelaram ao JORNAL DAS CALDAS.

 

Contactado o 1º Juízo do Tribunal das Caldas da Rainha, a informação obtida foi de que as datas do julgamento tinham ficado sem efeito apenas por “falta de uma perícia”.

 

Link: http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2010/12/23/tres-medicos-acusados-de-homicidio-por-negligencia/comment-page-1/#comment-24891

 

link do postPor Inconformado, às 18:48  comentar

22.12.10

Os serviços da Segurança Social detectaram, entre Janeiro e Outubro deste ano, um total de 67 182 baixas médicas fraudulentas, num acréscimo de cerca de 21 mil casos por comparação com 2009. Números revelados esta quarta-feira nas páginas do Jornal de Notícias e do Correio da Manhã indicam que a fiscalização de situações irregulares correspondeu a uma poupança de 4,3 milhões de euros.

 

Nos últimos quatro anos, os serviços tutelados pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social têm vindo a redobrar os esforços de fiscalização das baixas por doença. O controlo passa por um reforço das convocatórias para juntas médicas, que podem ter lugar antes do pagamento da primeira prestação do subsídio, e por outras acções destinadas a testemunhar o grau de incapacidade para o trabalho.

De acordo com os dados publicados nas edições de quarta-feira do Jornal de Notícias e do Correio da Manhã, o número de pessoas de baixa em 2010 é inferior ao do ano passado. Contudo, estão a aumentar os casos de fraude detectados pela Segurança Social. Entre os meses de Janeiro e Outubro, os serviços contabilizaram 590 552 baixas médicas, uma redução de cerca de oito mil face ao mesmo período de 2009. Ao todo, foram fiscalizados 205 080 processos. A baixa foi retirada a 67 485 pessoas. Em 15 303 dos casos, foi ignorada a chamada a uma junta médica.

Em 2009, os Serviços de Verificação de Incapacidades haviam detectado 46 mil baixas fraudulentas. Ou seja, o número cresceu em 20 834 casos no espaço de um ano. O Jornal de Notícias salienta que, apesar do aumento das fraudes, a poupança decorrente da suspensão caiu dos 6,6 milhões de euros calculados no ano passado para 4,3 milhões. Uma fonte da Segurança Social, citada pelo diário, atribui este decréscimo aos baixos vencimentos auferidos pelas pessoas de baixa.


Tutela afasta atrasos

 

O Correio da Manhã adianta, por outro lado, que há beneficiários de baixa desde Novembro que ainda não receberam qualquer prestação do subsídio por doença. Em declarações ao jornal, o presidente do Instituto da Segurança Social, Edmundo Martinho, alegou que não conhece casos de atraso e negou ter instruído os serviços a procederem aos pagamentos a partir de Janeiro.

“A Segurança Social processa todos os pagamentos até ao dia cinco de cada mês. Existem duas maneiras possíveis de entregar a baixa junto dos serviços: ou por via electrónica, ou através do correio. Quem entregar a baixa depois do dia cinco, só verá a sua prestação processada no mês seguinte”, explicou o responsável.

“Se a baixa for entregue por via electrónica, a ordem de pagamento segue directamente para os bancos e não passa por nenhum serviço da Segurança Social”, acrescentou.


“Médicos de família não são polícias”


Confrontado com o aumento de quase 50 por cento nas baixas fraudulentas, o bastonário da Ordem dos Médicos afirma que os beneficiários em situação irregular devem ser penalizados. Mas argumenta que as responsabilidades não podem recair sobre os médicos de família.

“Não é possível pensar, e eu digo-o há muitos anos, que o médico de família, que tem obrigação de tratar o doente, é ao mesmo tempo polícia do doente e tem que desconfiar daquilo que o doente lhe diz. Portanto, se o doente diz que lhe dói, que está cansado, que não consegue trabalhar, o médico tem que acreditar nisso e pedir os exames necessários para fazer um diagnóstico de situação”, disse Pedro Nunes à Antena 1.

“É bom que se perceba, de uma vez por todas, que os médicos de família não são polícias. Há médicos peritos, esses sim é que têm de ser contratados pela Segurança Social e a responsabilidade tem que caber ao cidadão que faz as suas declarações”, insistiu.

 

Link: http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Seguranca-Social-descobre-mais-de-67-mil-baixas-fraudulentas.rtp&article=401351&visual=3&layout=10&tm=8

 

link do postPor Inconformado, às 12:45  comentar

13.12.10

Entrevista de Pedro Meira e Cruz, fundador da Best Medical Opinion ao jornal especializado em Direito, Advocatus.

 

pedro_meira_cruz_p.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Precisa de um parecer médico para usar num conflito judicial? A Best Medical Opinion tem todo o gosto em vender-lhe um. Só não garante que ele apoie o ponto de vista do seu cliente. “Os pareceres que emitimos são isentos e imparciais”, garante o fundador da empresa, Pedro Meira e Cruz.

 

Link da notícia: http://www.advocatus.pt/content/view/3366/38/ 

 

Ler entrevista: http://www.advocatus.pt/content/view/3368/39/

link do postPor Inconformado, às 13:22  ver comentários (1) comentar

4.12.10
link do postPor Inconformado, às 18:56  comentar

Todos os anos o Conselho Médico-Legal, responsável pela elaboração de pareceres nos casos de erros e má prática em saúde, recebe cerca de 130 processos por ano, desde 2002. Os dados são avançados, este sábado, pelo jornal «Público».

 

 Na mesma notícia são lembrados dois casos de negligência. Os erros aconteceram em 2005, no Hospital dos Capuchos e em 2007 no IPO de Lisboa.

 

Em Dezembro de 2005, um jovem de 22 anos realizava uma das derradeiras sessões de quimioterapia no Hospital dos Capuchos em Lisboa.

 

O tratamento para a leucemia passava pela injecção regular de três fármacos distintos.

 

De acordo com o jornal «Público», uma desatenção da enfermeira e do médico levou a uma troca de substâncias, que acabou por ser fatal para o doente. Ambos foram condenados em 1ª instância a dois anos de cadeia com pena suspensa por homicídio por negligência.

Dois anos depois, a situação repete-se, mas desta vez no IPO de Lisboa. Era véspera de carnaval e faltavam elementos no staff hospital.

 

Segundo o «Público», a preparação de uma criança de 8 anos para uma punção lombar terminou com uma troca de seringas. A substância que deveria ser tomada de forma intravenosa acabou por ser aplicada directamente na coluna. O menor não resistiu e veio a morrer no início do mês de Março.

 

Uma médica e as duas enfermeiras envolvidas no caso foram acusadas homicídio por negligência e começam a ser julgadas esta semana.

 

Link: http://diario.iol.pt/sociedade/negligencia-medicos-saude-erros-pacientes-tvi24/1215226-4071.html

link do postPor Inconformado, às 14:35  comentar

2.12.10

O presidente do conselho clínico do Agrupamento do centro de Saúde Cávado I mandou um e-mail a todos os médicos com o anúncio de um rastreio gratuito no Hospital Privado de Braga. Deputado do BE acusa-o de querer aliciar doentes com serviços privados, avança o Jornal de Notícias.

 

Um e-mail enviado por Miguel Melo, presidente do conselho clínico do Agrupamento de Centro de Saúde Cávado I, em Braga, usando o correio electrónico da instituição pública a que preside e destinado a todos os médicos, está a deixar em polvorosa clínicos e utentes daquele centro de saúde. Em causa está a divulgação, feita por correio electrónico, da realização de um rastreio cardiovascular pelo Hospital Particular de Braga. conta o JN.

 

"A divulgação foi feita com meios públicos, sobre um serviço que também é feito no agrupamento a que o dr. Miguel Melo preside, mas que os médicos do serviço público deveriam aconselhar os utentes a realizar num hospital particular", disse, ao JN, um clínico que não quer ser identificado. A polémica levou já a que o deputado João Semedo, do Bloco de Esquerda, tenha dirigido uma pergunta à ministra da Saúde, questionando se o ministério tem conhecimento da "situação relatada" e "que medidas irão ser tomadas" para evitar situações semelhantes.

 

Para João Semedo, a divulgação por meios públicos de uma iniciativa particular pretende "induzir os médicos a dirigirem os seus utentes para uma instituição privada", fomentando os clínicos a "abusarem da relação de confiança que mantêm com os seus doentes para que uma unidade privada possa aumentar os seus lucros", salientou o deputado.

 

O médico em causa esteve indisponível para comentar a situação e remeteu para a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

 

Fonte da ARS remete para amanhã uma tomada de posição. Ontem, os responsáveis pela ARS do Norte estiveram reunidos com os 26 agrupamentos da sub-região de saúde, entre os quais se encontra o Centro de Saúde Cávado I. "Há aqui um grave conflito de interesses entre o público e o privado, personificado pelo presidente do conselho clínico de uma instituição pública", finaliza o deputado do BE.

 

Link: http://www.rcmpharma.com/news/10919/51/Medico-acusado-de-aliciar-doentes-para-o-privado.html 

tags: ,
link do postPor Inconformado, às 10:10  comentar

 
mais sobre mim
Dezembro 2010
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
14
15
16
17
18

19
20
21
24
25

26
27
28
29
30
31


arquivos
subscrever feeds