Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
17.8.10

 

Cegos avançam para advogado esta semana

 

Três dos quatro doentes operados no Algarve já tiveram alta hospitalar.


Os quatro doentes que foram operados na clínica algarvia I-Qmed vão escolher um advogado esta semana, para avançar o mais rápido possível com uma queixa crime contra o médico holandês que os operou. Ontem, dois dos doentes que foram operados às cataratas tiveram alta. Michael Donovan, de 66 anos, já saiu no sábado.

"Já seleccionámos dois grupos de advogados, e em princípio esta semana fica decidido a quem vamos entregar o caso para avançar com uma queixa", disse ao DN Dina Salvador, filha de Leopoldina, de 88 anos. "É mentira que o médico [Franz Versteeg] nos tenha dado apoio. Houve dois ou três telefonemas depois de termos vindo para Lisboa, mas nada mais que isso. Acho que deveria ter feito tudo para nos contactar", defendeu.

Acima de tudo, Dina lamenta o facto do tempo perdido por causa da falta de informação. "Acho que o médico identificou logo que era uma coisa muito grave e tentou tratá-la. Mas nunca nos disse o que era. Ele só assumiu que não poderia fazer mais, na segunda- -feira. Isso foi o que ele fez de mais grave à minha mãe. Passou tempo demais."

Leopoldina teve alta ontem do serviço de Oftalmologia do Hospital dos Capuchos. Ainda está a recuperar do choque de ter perdido a visão. "A minha mãe tem uma idade muito avançada e ainda está a interiorizar tudo o que se passou. Foi um choque muito grande", adiantou a filha, referindo que "obrigatoriamente" tem de arranjar alguém para ajudar a mãe que agora "tem muito medo de cair".

Também Ernesto Barradas, de 83 anos, teve alta ontem. Para já, vai ficar em casa da filha, enquanto não for possível encontrar outra solução". "Até dia 23, data da próxima consulta, vai ficar na minha casa. Depois teremos de ver, porque não sei se ele terá capacidade de ficar sozinho em casa", disse ao DN, Maria do Rosário Barradas.

"É uma revolta enorme. Pensar que ia ver e afinal passou-se isto. Antes ele saía, fazia as suas compras, agora não tem essa autonomia", acrescentou Maria do Rosário, que põe a hipótese de tentar mudar-se temporariamente para o Algarve, de forma a ajudar o pai. "O lar não tem vagas. Vou ver se é possível recorrer ao centro de dia e, talvez, arranjar alguém que o apoie à noite."

Valdelane Santos, de 35 anos, é a única doente que se mantém internada. Segundo nota do hospital, "continua ainda sob tratamento, mantendo porém o prognóstico muito reservado", não se prevendo para quando um diagnóstico final.

 

Link: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1642619&seccao=Sul 

link do postPor Inconformado, às 10:34  comentar

 
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