Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
18.8.10

Saúde (arquivo)

 

A família de um homem de 36 anos que morreu poucos dias após ter sido assistido por duas vezes no Centro de Saúde de Melgaço ameaçou, esta quarta-feira, avançar para os tribunais, alegando negligência médica, noticia a Lusa.

«Estamos apenas à espera do resultado da autópsia, mas já temos o caso nas mãos de um advogado e prometemos ir até às últimas consequências, para apurar o que se passou. Mas parece que não restam dúvidas de que foi muito mal assistido», disse à Lusa Rui Cavalheiro, irmão da vítima.

O irmão, Gonçalo Cavalheiro, que era professor de Educação Física na EB 2/3 de Melgaço, foi a 30 de Julho ao Centro de Saúde de Melgaço, onde entrou febril e a queixar-se de cansaço e de alguma dor de garganta. «Foi-lhe diagnosticada uma faringite e o médico de serviço receitou-lhe um anti-inflamatório, um antipirético e um antibiótico», contou Rui Cavalheiro.

A 01 de Agosto, Gonçalo voltaria ao centro de saúde «por não sentir qualquer melhora e porque lhe haviam aparecido umas manchas no corpo que o preocuparam». «Esta consulta não durou mais de cinco minutos. Não lhe viram a febre, não se preocuparam com o cansaço que bem demonstrava, nem lhe fizeram outro tipo de exame, como por exemplo auscultação e medição da tensão arterial», critica o irmão da vítima.

De acordo com Rui Cavalheiro, «não foi valorizada» a informação do vizinho que transportou o irmão ao centro de saúde, segundo o qual «aquelas manchas poderiam ter sido provocadas pela febre da carraça». «O meu irmão deveria ter sido imediatamente encaminhado ao hospital para que lhe fossem feitas análises ao sangue e demais exames. Mas não. Foi mandado para casa, onde lentamente adoecia e uma infecção generalizada tomava silenciosamente conta do seu sistema imunitário», refere a família, na queixa que na terça-feira apresentou no Centro de Saúde de Melgaço.

A família acabaria por levar Gonçalo Cavalheiro para os hospitais do Porto, onde acabaria por morrer a 05 de Agosto, depois de ter sido induzido em coma para se tentar identificar o foco da infecção. «O Gonçalo era um rapaz atlético, forte, desportista e muito saudável, foi jogador de ténis de alta competição. Era dador de sangue e bombeiro voluntário. Transpirava saúde. Não descansaremos enquanto não apurarmos as responsabilidades pela sua morte», garantiu o irmão.

Contactado pela Lusa, o coordenador do Centro de Saúde de Melgaço, Luciano Sarabando, disse que ainda não tinha «conhecimento formal» da queixa da família, garantindo que logo que o documento lhe chegue às mãos o processo seguirá «os trâmites normais».

 

Link: http://diario.iol.pt/noticia.html?id=1185495&div_id=4071 

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