Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
3.9.10

Em apenas uma semana, a Segunda Opinião Médica recebeu 20 pedidos de pessoas que querem ter uma outra opinião de um diagnóstico. Tudo feito pela Internet, sem consultas. Há cerca de dois meses, a Best Medical Opinion abriu um escritório, onde quem queira pode pedir um parecer médico, e já ultrapassaram os cem pedidos. A Ordem dos Médicos defende que pode haver risco para o doente. A Direcção-geral de Saúde diz que não existem regras para este tipo de serviços, avança o Diário de Notícias.

 

"Temos recebido muitos e-mails de pessoas a pedir informações. No espaço de uma hora, chegamos a receber 200. Pedidos efectivos de segundas opiniões temos 20, em áreas como cardiologia, pediatria, otorrino, obesidade e estomatologia", disse ao DN Maria Calhegas, da Segunda Opinião Médica. A rede é composta por 150 médicos, mas até ao final podem ser 400. Tudo é tratado através da Internet e por 60 euros - escolha do médico, envio de exames e relatórios e recepção da segunda opinião, no prazo máximo de 72 horas.

 

A Best Medical Opinion não revela valores. O preço é estabelecido com base na complexidade do caso. Toda a documentação é entregue em mãos nas instalações da empresa, e no prazo de cinco a dez dias o parecer está concluído. "Se for necessário, o utente pode falar com o médico pessoal ou telefonicamente. Mas não há uma consulta, não se pedem exames", esclareceu ao DN João Meira e Cruz, director clínico.

 

Este é um serviço novo e não existe regulamentação específica para estes casos. "Não está prevista, por agora, qualquer regulamentação. Mas esta é uma questão deontológica. É preciso ver se no plano ético todas as questões são observadas. Esse é um assunto para ser abordado com a Ordem dos Médicos", avança Francisco George, director-geral de Saúde.

 

David Goldrajch diz que enviou mais do que uma carta à Ordem. "Até agora não obtivemos resposta. Estamos na disposição de esclarecer qualquer dúvida e seguir recomendações". João Meira e Cruz não contactou a Ordem mas aguarda um parecer pedido à Entidade Reguladora da Saúde. "Aguardamos para saber se temos de nos registar ou não. O nosso argumento é que se trata de uma actividade médica, mas não clínica", explica o responsável da Best Medical Opinion.

 

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, ver exames não é suficiente para emitir um parecer. "O médico tem de conhecer a história do doente. A Ordem dos Médicos não tem autoridade sobre empresas nem pode proibir os médicos de darem opiniões. Mas se alguma coisa correr mal, os médicos não podem esperar que a Ordem os apoie", diz Pedro Nunes, admitindo que pode existir risco para o doente: "É evidente que se tomar uma decisão com base numa opinião não contextualizada, pode correr riscos."

 

O director da Segunda Opinião Médica desvaloriza a posição do bastonário. "A maioria das segundas opiniões são dadas com base em exames. Queremos dar informação para que a pessoa fique mais esclarecida e tenha acesso a especialistas de renome. Não pretendemos prescrever tratamentos pela Internet", assegura David Goldrajch, referindo que em alguns casos o médico pode pedir mais exames. O utente recebe um sms e pode dirigir-se a um dos laboratórios com quem a empresa tem acordos.

 

Também João Meira e Cruz desvaloriza as palavras de Pedro Nunes. "Vejo-as, exactamente, como opiniões. Mas quero realçar o facto de se estarem a confundir 'serviços' de opinião médica, que, tendo sonoridades parecidas, têm conteúdos e formas distintas", diz.

 

Link: http://www.rcmpharma.com/news/9512/51/Dezenas-pedem-pareceres-a-medicos-atraves-da-Internet.html 

link do postPor Inconformado, às 14:49  comentar

22.8.10

Alerta para excesso de exames médicos

 

 

Peso certo, bons hábitos à mesa, exercício físico, vacinas em dia e alguns rastreios são a receita para uma vida saudável. Sem factores de risco ou suspeita de doença, muitos exames não trazem benefícios.

No privado, os programas de check-up custam entre 150 e 1000 euros e contribuem para a ideia errada de que um indivíduo saudável deve realizar uma lista de análises e exames de rotina para detectar doenças mais cedo. Mas apenas alguns são úteis, seguros e eficazes. Mamografia, teste de Papanicolaou e a pesquisa de sangue oculto nas fezes são recomendados, de acordo com sexo e idade.

Muitos exames propostos pelas clínicas podem dar falsos positivos, ou seja, resultados que indicam uma doença inexistente. Além disso, o paciente é submetido a exames nem sempre inócuos.

Outro exemplo é a análise ao PSA, proteína produzida pela próstata, presente no sangue dos homens. Um valor elevado pode indiciar cancro da próstata, mas também é possível que resulte do aumento normal do volume desta glândula com a idade.

Aconselhar a referida análise sem indicação nem o devido esclarecimento acarreta riscos. Perante um PSA elevado, é comum o médico sugerir uma biopsia e eventual cirurgia, o que, em muitos casos, traz incontinência urinária, disfunção eréctil ou distúrbios da micção. Na maioria dos idosos, o cancro da próstata evolui lentamente sem constituir ameaça. É preferível evitar tratamentos, sobretudo quando não aumentam a sobrevivência e diminuem a qualidade de vida.

Por rotina, certos exames mais invasivos podem até ser prejudiciais. O raio X ao tórax, por exemplo, aumenta a exposição a radiações cancerígenas e não é suficiente para detectar o tumor do pulmão. Uma tomografia axial computorizada (TAC) a todo o corpo equivale a cem radiografias ao tórax e aumenta o risco de cancro (1 em cada 2000 pacientes).

Uma bateria de análises não é um seguro de vida. O diagnóstico precoce deve aumentar a probabilidade de cura sem alarmar o paciente com resultados imprecisos. Deve existir ainda um teste de confirmação. Converse com o médico e veja quais os exames mais adequados em função do seu historial de doenças. Em conjunto, podem chegar à solução certa.

Mais conselhos em www.deco.proteste.pt | 808 780 050

- Controle factores de risco das doenças cardiovasculares. Meça a tensão a cada dois anos a partir dos 18, o colesterol a cada cinco depois dos 35 e a glicemia de três em três após os 55

- Dos 50 aos 80 anos, faça o rastreio anual do cancro do cólon. As mulheres devem realizar uma mamografia todos os dois anos entre os 50 e os 70

- A citologia ou teste de Papanicolaou é também recomendada às mulheres de três em três anos, após dois exames normais, desde que iniciam a actividade sexual até aos 65

 

Link: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1646072&seccao=Sa%FAde 

link do postPor Inconformado, às 10:13  comentar


 
mais sobre mim
Outubro 2011
D
S
T
Q
Q
S
S

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


arquivos