Notícias, informação e debate sobre as queixas em saúde, nomeadamente quanto à negligência médica e erro médico em Portugal.
9.9.10

O Ministério Público (MP), além de constituir arguido o oftalmologista holandês Franciscus Versteeg, poderá questionar a actuação da Ordem dos Médicos sobre os processos de 2004 e 2007 contra o mesmo clínico, agora envolvido no caso da cegueira de três dos quatro pacientes operados na sua clínica I-QMed, em Lagoa.

 

 

Quanto aos dois processos disciplinares contra aquele médico, a Ordem contactou-o em 2004 e 2005, mas só em 2007 fez uma visita à clínica. E, em 2010, ainda não há conclusões desses processos.

Contactado pelo CM, o bastonário Pedro Nunes afirmou que a Ordem está disponível para colaborar com o MP. Sobre os processos disciplinares, o bastonário afirmou que as conclusões deverão ser conhecidas "dentro de 8 a 15 dias".

Sobre a demora dos inquéritos, Pedro Nunes assume que "seis anos é realmente muito". E explica que o facto pode estar relacionado com a falta de recursos para investigar os 400 processos que entram por ano.

No caso de Lagoa, Pedro Nunes defende que a Ordem só pode suspender o médico depois de o Conselho Disciplinar elaborar um despacho de acusação. E critica o ex-ministro da Saúde Correia de Campos por não ter alterado a lei .

Os familiares dos pacientes cegos receberam, dia 6, as conclusões do processo de inquérito da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS). Dina Salvador, filha de Leopoldina Rosa, uma das pacientes, considerou bizarra a falta de suspensão do oftalmologista. "Como é possível haver um jogo do empurra entre o Ministério da Saúde e a Ordem dos Médicos? É uma vergonha não conseguirem suspendê-lo por uma questão burocrática", afirma, lembrando que se o clínico quisesse continuar a exercer actividade poderia fazê-lo porque nada o impede de continuar, apesar das conclusões da IGAS.

 

Link: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/saude/autoridade-chama-ordem-dos-medicos 

link do postPor Inconformado, às 12:59  comentar

7.9.10

José Manuel Silva, candidato a bastonário da Ordem dos Médicos, diz que a Ordem dos Médicos não apresentou uma alteração do estatuto disciplinar dos médicos ao Governo, uma acusação que o actual bastonário, Pedro Nunes, rejeita, noticia a agência Lusa.

 
Para José Manuel Silva, presidente da Secção Regional do Centro, a alteração do estatuto “deve ser uma iniciativa da OM, que devia ter – e não tem – uma proposta de actualização” do estatuto disciplinar dos médicos.

O candidato a bastonário considera ainda que, com base nessa proposta, a OM “deveria ter dialogado com o Governo no sentido da sua aprovação e publicação", uma vez que "essa responsabilidade parte obviamente da OM”.

No entanto, o actual bastonário, Pedro Nunes, alega que a alteração do diploma foi “uma das prioridades” dos seus mandatos à frente da Ordem, mas que o então ministro da Saúde Correia de Campos “nunca quis alterar ou, pelo menos, teve outras prioridades”.

“Logo no primeiro mandato, pedi ao professor Correia de Campos (quando era ministro da Saúde) que alterasse este decreto, porque não era exequível em muitos aspectos”, afirmou.

Pedro Nunes afirma, por exemplo, que o decreto-lei 217/94, que define o estatuto disciplinar dos médicos, “não permitia a suspensão preventiva em casos graves", acrescentando que, "na altura, falava-se muito de pedofilia”.

Além disso, prossegue o bastonário, o diploma “não permitia ter mais de cinco médicos não remunerados no conselho disciplinar, o que, no princípio do século, podia ser suficiente mas que, agora, com 300 ou 400 queixas em conselhos disciplinares como o do Sul, era totalmente inexequível”.

O bastonário Pedro Nunes defende ainda o estabelecimento de coimas mais dissuasivas: “As penas disciplinares de advertência e censura – que são a maioria – são penas absolutamente imateriais na sociedade actual. Devíamos ter coimas que fossem mais dissuasivas.”

Além de José Manuel Silva, concorrem ao cargo de bastonário a actual presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Isabel Caixeiro, e o cirurgião Jaime Teixeira Mendes. As eleições na Ordem dos Médicos realizam-se no final deste ano, não estando ainda marcada uma data.

 

Link: http://www.rcmpharma.com/news/9558/51/Candidato-a-bastonario-acusa-Ordem-de-nao-ter-propostas-para-alterar-estatuto-disciplinar.html 

link do postPor Inconformado, às 12:13  comentar

5.9.10

Isabel Caixeiro, Presidente Cons. Reg. do Sul da Ordem dos Médicos, fala sobre suspensão preventiva do médico holandês.

 

Correio da Manhã – O Ministério da Saúde recomendou que a Ordem dos Médicos suspendesse preventivamente o médico Franciscus Versteeg. Vão fazê-lo?

Isabel Caixeiro – O Ministério da Saúde sabe que o actual estatuto disciplinar não permite a suspensão preventiva. A Ordem só pode suspender a actividade de um profissional após ter sido proferido um despacho de acusação [quando o colégio disciplinar conclui o processo]. Por isso, essa recomendação só pode resultar da ignorância ou da falta de consideração.

 

– Falta de consideração porquê?

– Porque há oito anos que a Ordem dos Médicos solicita aos sucessivos ministros da Saúde a alteração do estatuto disciplinar.

 

– Uma alteração do estatuto disciplinar teria tornado possível a suspensão preventiva do médico holandês?

– Não queremos condenar inocentes, mas também temos obrigação de defender a segurança dos doentes. Em algumas situações, em casos de reincidência, poderia aplicar-se a suspensão preventiva, à semelhança do que acontece, por exemplo, com o mecanismo da prisão preventiva.

 

Link: http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?channelId=f48ba50a-0ed3-4315-aefa-86ee9b1bedff&contentId=f2127c2b-4fab-4e3c-946c-64c1b1d0c110 

link do postPor Inconformado, às 20:50  comentar

3.9.10

Em apenas uma semana, a Segunda Opinião Médica recebeu 20 pedidos de pessoas que querem ter uma outra opinião de um diagnóstico. Tudo feito pela Internet, sem consultas. Há cerca de dois meses, a Best Medical Opinion abriu um escritório, onde quem queira pode pedir um parecer médico, e já ultrapassaram os cem pedidos. A Ordem dos Médicos defende que pode haver risco para o doente. A Direcção-geral de Saúde diz que não existem regras para este tipo de serviços, avança o Diário de Notícias.

 

"Temos recebido muitos e-mails de pessoas a pedir informações. No espaço de uma hora, chegamos a receber 200. Pedidos efectivos de segundas opiniões temos 20, em áreas como cardiologia, pediatria, otorrino, obesidade e estomatologia", disse ao DN Maria Calhegas, da Segunda Opinião Médica. A rede é composta por 150 médicos, mas até ao final podem ser 400. Tudo é tratado através da Internet e por 60 euros - escolha do médico, envio de exames e relatórios e recepção da segunda opinião, no prazo máximo de 72 horas.

 

A Best Medical Opinion não revela valores. O preço é estabelecido com base na complexidade do caso. Toda a documentação é entregue em mãos nas instalações da empresa, e no prazo de cinco a dez dias o parecer está concluído. "Se for necessário, o utente pode falar com o médico pessoal ou telefonicamente. Mas não há uma consulta, não se pedem exames", esclareceu ao DN João Meira e Cruz, director clínico.

 

Este é um serviço novo e não existe regulamentação específica para estes casos. "Não está prevista, por agora, qualquer regulamentação. Mas esta é uma questão deontológica. É preciso ver se no plano ético todas as questões são observadas. Esse é um assunto para ser abordado com a Ordem dos Médicos", avança Francisco George, director-geral de Saúde.

 

David Goldrajch diz que enviou mais do que uma carta à Ordem. "Até agora não obtivemos resposta. Estamos na disposição de esclarecer qualquer dúvida e seguir recomendações". João Meira e Cruz não contactou a Ordem mas aguarda um parecer pedido à Entidade Reguladora da Saúde. "Aguardamos para saber se temos de nos registar ou não. O nosso argumento é que se trata de uma actividade médica, mas não clínica", explica o responsável da Best Medical Opinion.

 

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, ver exames não é suficiente para emitir um parecer. "O médico tem de conhecer a história do doente. A Ordem dos Médicos não tem autoridade sobre empresas nem pode proibir os médicos de darem opiniões. Mas se alguma coisa correr mal, os médicos não podem esperar que a Ordem os apoie", diz Pedro Nunes, admitindo que pode existir risco para o doente: "É evidente que se tomar uma decisão com base numa opinião não contextualizada, pode correr riscos."

 

O director da Segunda Opinião Médica desvaloriza a posição do bastonário. "A maioria das segundas opiniões são dadas com base em exames. Queremos dar informação para que a pessoa fique mais esclarecida e tenha acesso a especialistas de renome. Não pretendemos prescrever tratamentos pela Internet", assegura David Goldrajch, referindo que em alguns casos o médico pode pedir mais exames. O utente recebe um sms e pode dirigir-se a um dos laboratórios com quem a empresa tem acordos.

 

Também João Meira e Cruz desvaloriza as palavras de Pedro Nunes. "Vejo-as, exactamente, como opiniões. Mas quero realçar o facto de se estarem a confundir 'serviços' de opinião médica, que, tendo sonoridades parecidas, têm conteúdos e formas distintas", diz.

 

Link: http://www.rcmpharma.com/news/9512/51/Dezenas-pedem-pareceres-a-medicos-atraves-da-Internet.html 

link do postPor Inconformado, às 14:49  comentar

23.8.10

Ordem dos Médicos alerta para riscos de novo site que dá uma segunda opinião aos doentes link Portal Segunda Opinião Médica nasce hoje e conta com mais de 150 especialistas. Mas a Ordem coloca em causa a legalidade do que diz ser um negócio. A partir de hoje um grupo de mais de 150 médicos vai estar disponível para dar uma segunda opinião médica através da Internet, em apenas 72 horas. O portal segunda opinião medica link, pioneiro no país, não é, contudo visto com bons olhos pela Ordem dos Médicos. O bastonário, Pedro Nunes, disse ao PÚBLICO que não foi informado na existência do site e deixou claro "que isto não é medicina, nem pode ser visto como um acto médico".

  

O portal permite que o utilizador, mediante o pagamento de 60 euros, enderece perguntas a um dos médicos disponíveis dentro de 78 especialidades. Poderá ainda digitalizar os exames médicos que tenha na sua posse ou enviá-los por correio para que o clínico complete a sua análise.

  

Para Pedro Nunes "este tipo de negócio não é reconhecido pela Ordem dos Médicos pois não pode haver uma opinião médica sem uma observação do doente, nem que seja através de um interface como são as videoconferências". O bastonário lamenta "que esta má prática" tenha agora chegado a Portugal e alerta para o problema da "responsabilidade criminal quando algum doente abandonar um tratamento". Pedro Nunes deu como exemplo o caso da Oncologia "onde as decisões são tomadas em consultas de grupo" pelo que não se coadunam com uma "opinião virtual individual". Fonte do Ministério da Saúde confirmou ao PÚBLICO que também não sabia do projecto, assim como a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde que, por sua vez, tenciona contactar a Ordem após o lançamento oficial do site.

 

Apesar de o bastonário não conhecer o projecto, um dos pioneiros a aderir foi o presidente do conselho regional de Imunoalergologia da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. José Pedro Moreira da Silva destacou que "o portal não substitui as consultas" e lembrou será emitida "uma opinião baseada naquilo a que têm acesso", podendo não formular nenhuma posição. Já Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, que está entre os 150 nomes, explicou que vai "imperar o bom senso", mas lamentou que não se tenha esperado por uma posição da Ordem.

 

Aí estão eles hiperactivos e ansiosos pela liberdade de escolha, pela concorrência, pelo marketing na saúde, enfim pelo “mercado”…

Ao analisarmos a lista de médicos aderentes nada nos surpreende. Para além de umas dezenas de ilustres desconhecidos surgem os habituais “empreendedores” cuja vocação médica há muito foi superada pela vocação comercial seja pelas estreitas relações com a IF seja com a atracção pela “medicina comercial” nas suas mais criativas variantes e expressões.

 

Depois da Clínica de Lagoa em estilo de minimercado da saúde aparece agora esta iniciativa que ilustra a avidez pelo negocismo médico e pela esperteza saloia. Tudo em nome da modernidade, da inovação e da “excelência”.

 

Quanto à existência de um sistema de saúde baseado no rigor e na prática de uma medicina clínica de base científica orientada pelos valores éticos e morais da profissão não vale a pena insistir porque estas tribos de comerciantes nem sequer compreendem a linguagem.

Se esta não resultar ainda fazem um acordo com a Wii para check-up’s virtuais em que se pode escolher o vestuário e a cor do cabelo do médico virtual.

 

É por isso que temos de resistir na defesa do SNS.

 

Link: http://saudesa.blogspot.com/2010/08/o-negocismo-ao-rubro.html 

link do postPor Inconformado, às 18:56  ver comentários (1) comentar

21.8.10

Sob o risco de contribuir para publicitação de serviços de falsa telemedicina, realizado por 150 médicos envolvidos no projecto divulgado pelo ‘site’ Bem-vindo à Segunda Opinião Médica, não posso – nem devo! – deixar de expressar repulsa por actividades de mercantilismo da medicina, a que, hoje, o jornal Público, faz referência.

O jornal cita a opinião do bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, igualmente reprobatória da iniciativa. A actividade, ao que parece, é dirigida ou coordenada, por um tal David Goldrach, director do famigerado portal.

A segunda opinião médica tem que obedecer a regras estabelecidas no ‘Regulamento de Conduta nas Relações entre Médicos’, aprovado e enquadrado no ‘Código Deontológico’ da OM de 2008.

Primeira constatação, tão óbvia quanto espontânea: ‘não existe segunda opinião médica, sem que haja a primeira’. Ora, sendo assim, o médico assistente e consultor têm que respeitar o preceituado no regulamento de conduta, em especial o artigo 9.º, nos 1 e 2. Neste, estabelece-se a obrigação do médico da segunda consulta “não interferir na assistência que esteja a ser prestada por outro colega ao doente”; e, no caso desta segunda consulta, ocorrer por vontade livre do doente, o médico que a realiza “tem a obrigação de advertir o paciente de existir uma assistência médica múltipla, não consensual”. O artigo 12.º, n.º 1, admite que o médico assistente possa encorajar o doente a pedir uma segunda opinião, caso o entenda útil.

Embora o citado regulamento, em matéria de normalização de conferências entre médicos, me pareça menos claro do que os revogados artigos 110.º a 114.º do anterior Código, assaltam-me dúvidas que as mensagens do ‘site’ da segunda opinião estejam a respeitar regras elementares de deontologia, nomeadamente o preceituado no regulamento antes referido – incitam, directa e explicitamente, os doentes a pedir uma segunda opinião, à revelia do médico assistente. Uma coisa é a iniciativa partir do doente, outra é ser tomada por incitamento do prestador interessado da segunda opinião.


Do ponto de vista do exercício do ‘acto médico’ do género do proposto, e embora se socorra de tecnologias de telecomunicação, classifico-o como um falso acto de telemedicina. Telemedicina, a sério, é praticada por exemplo por um conjunto de médicos do SNS da região do Alentejo que, no espaço de 8 anos, já realizaram mais de 8.000 teleconsultas, em regime de videoconferência e no âmbito de diversas especialidades, envolvendo no acto, em simultâneo, o médico de clínica geral e o especialista. Curiosamente, este programa contou com escassos apoios oficiais, não obstante a existência de um tal Plano Tecnológico Nacional e de cobrir uma vasta região de população idosa, nos distritos de Beja, Évora e Portalegre. Isto, para além de representar uma melhoria substantiva de acesso dos doentes a cuidados especializados e ainda uma economia de transportes e meios utilizados pelo SNS.

Na Europa, o projecto mais consistente e desenvolvido em telemedicina localiza-se na Noruega, país que conta com um ‘Centro de Desenvolvimento de Excelência’, na Universidade de Tromso. Em Portugal, o Ministério da Saúde nunca passou de actos inconsequentes de folclore e, como o ‘Público’ refere, tal Ministério, mesmo no âmbito da Inspecção-Geral das Actividades da Saúde, desconhece a existência do tal serviço ‘segunda opinião médica’.

Na vertente do licenciamento do serviço, julgo oportuno destacar o que o José de Freitas escreveu há dias no ‘Aventar’. De facto, para a telemedicina, nem sequer existe qualquer regulamentação do licenciamento e exercício da actividade. Tais lacunas prestam-se à profusão de oportunismos – a Dra. Maria de Belém apadrinhou há três ou quatro anos a criação da Associação Portuguesa de Telemedicina, ignorando a experiência real e benéfica do Alentejo. Agora, constato que, no corpo médico do ‘serviço segunda opinião médica’, se integra alguém que esteve com a mediática ex-ministra no arranque da tal associação; a qual, ao que tudo indica, não funciona desde 2008.

De oportunismo em oportunismo, caminhamos por lodosos atalhos da falsa telemedicina e do mercantilismo da medicina. Os utilizadores pagarão 60 euros por cada consulta e, dizem os promotores do serviço, as seguradoras reembolsam. Até deste aspecto desconfio. Há seguros de saúde, os mais conhecidos, que não funcionam na base dos reembolsos; pagam directamente a médicos convencionados e os doentes suportam a comparticipação estabelecida. Quanto a mim, trata-se de uma história preenchida por capítulos obscuros. Quero acreditar que a OM consiga estancar a negociata junto das autoridades de saúde. Porém, não consigo. Vejo alguns dos nomes dos 150 médicos e a esperança evapora-se.

 

Link: http://www.aventar.eu/2010/08/21/a-falsa-telemedicina-ou-o-mercantilismo-da-medicina/ 

link do postPor Inconformado, às 19:45  comentar

17.8.10

Paulatinamente vai-se destapando o véu do caso da clínica de Lagoa. Afinal, de acordo com a imprensa, havia queixas, desde 2004, na Ordem dos Médicos, relativamente ao médico responsável, sem qualquer desfecho.

 

A situação é mais grave se atendermos que uma delas foi endereçada por um médico oftalmologista do Hospital de Portimão, que tratou de um dos pacientes, da clínica de Lagoa, que sofreu complicações pós-operatórias. O mesmo médico, Dr. Jorge Correia, refere que esta situação "dá uma imagem pública de ineficácia, laxismo e corporativismo". Concordo absolutamente com as declarações do referido profissional. O silêncio negligente da Ordem dos Médicos, relativamente às queixas apresentadas, permitiu que todas as pessoas que se dirigiam à clínica estivessem em risco. E alguns acabaram, infelizmente, por ficar marcados para toda a vida. E que consequências o senhor bastonário retirará deste caso?

 

Link: http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?channelId=00000093-0000-0000-0000-000000000093&contentId=0dcd57ce-8c56-482a-a912-fb52806eac9f 

link do postPor Inconformado, às 10:36  comentar

6.8.10

 

"Há uma lógica e uma cultura de tipo empresarial que esmaga a cultura médica", considera o bastonário da Ordem dos Médicos

 

 

Sobre o caso concreto de um possível erro médico na origem de complicações ocorridas com quatro doentes do foro oftalmológico, Pedro Nunes, o bastonário da Ordem dos Médicos, recusou pronunciar-se. Mas, sobre a situação da Saúde em Portugal, não tem dúvidas em afirmar que ela reflecte um predomínio da "cultura empresarial".

 

Em declarações citadas pela agência Lusa, Pedro Nunes afirmou que "este caso é exemplar das condições em que hoje em dia se exerce medicina em Portugal, que tem a ver tanto com o privado como com o público.


"Antítese do que é fazer medicina"


"Há uma lógica e uma cultura de tipo empresarial que esmaga a cultura médica". A medicina, acrescentou, está "transformada em mera prestação de serviço, em mero acto técnico".

O bastonário da Ordem dos Médicos manifestou a sua convicção sobre a importância de a intervenção cirúrgica, em princípio, ser levada a cabo pelo médico que deu a indicação operatória.

O que hoje sucede de forma recorrente, sublinhou, é "o caso de um doente operado na outra ponta do país por um médico que nunca o viu. A seguir a ser operado volta para a sua terra e não tem mais contacto com quem o operou". E reforçou a sua discordância de uma "medicina feita sem que haja uma responsabilidade no pré e pós operatório", que é, no fundo, a "antítese do que é fazer medicina".

Este tipo de contrasenso, precisou Pedro Nunes, tanto acontece no sector público como no privado.

 

Processo disciplinar a decorrer


Quanto à clínica I-QMed, que realizou as intervenções que agora se encontram sob o foco das atenções, o bastonário escusou-se a emitir alguma apreciação que se adiantasse aos resultados do inquérito e do processo disciplinar abertos pela Ordem.

Esclareceu, contudo, que nada obsta ao exercício da profissão por um médico holandês em Portugal: "Qualquer médico da União Europeia pode prestar serviços temporários noutro país sem que o estado de acolhimento possa impedi-lo. Para isso, basta comunicar à Ordem dos Médicos".

Também no que se refere ao licenciamento e registo da clínica, o problema não se situará forçosamente a esse nível porque há "um excesso de exigência burocrática em Portugal".

O presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Álvaro Almeida, afirmara que a clínica "não está registada na Entidade Reguladora da Saúde (ERS). Não tínhamos conhecimento sequer da existência dessa entidade e portanto é uma entidade que actua à margem da lei, uma vez que o registo na ERS é obrigatório".


Alerta contra "prestadores de vão de escada"

Almeida criticara os utentes por recorrerem a "estes prestadores de vão de escada" e acrescentara que "são coisas à margem da lei que não deviam ter sido usadas pelos utentes". Concluira com a recomendação de que os potenciais utentes verifiquem sempre se a clínica a que se dirigem está registada na ERS, visto que "dá uma garantia de adicional de segurança e de qualidade".

Se esta clínica podia ou não considerar-se "de vão de escada", é outra questão, que não fica dilucidada com o facto de existir há sete anos, sem que conste ter havido anteriormente alguma fiscalização minimamente rigorosa.  No seu site, a I-QMed publicita-se como clínica com actividade "nas áreas de Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Psicologia e beleza" e mantendo "parcerias com hotéis para proporcionar um preço competitivo de alojamento dando a oportunidade aos pacientes de desfrutarem de férias enquanto repousam de uma cirurgia".


Entretanto, uma fonte do Ministério da Saúde era citada pela agência Lusa a dar conta de uma investigação da Inspecção Geral das Actividades em Saúde (IGAS) que corre contra esta clínica desde 28 de Julho. Os quatro doentes que sofreram complicações podendo eventualmente levar à cegueira foram operados a 20 de Julho.

 

Link: http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Bastonario-dos-medicos-critica-cultura-empresarial.rtp&article=365873&layout=10&visual=3&tm=2 

link do postPor Inconformado, às 18:55  comentar

20.6.10

«Não há nenhum hospital no país, público ou privado, com departamentos» de risco, defendeu

 

O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, defendeu este domingo a criação nos hospitais portugueses de departamentos que analisem as queixas dos doentes e façam análise de risco.

«Não há nenhum hospital no país, público ou privado, com departamentos que analisem as queixas dos doentes, que tirem disso consequências e façam a gestão dessas queixas», lamentou Pedro Nunes em entrevista à agência Lusa.

Para prevenir os erros na área da saúde, o bastonário considera essencial conhecer os casos de falhas e discuti-los.

Escusando-se a falar sobre o recente acidente que envolveu a troca de um medicamento com duas crianças no Hospital Garcia de Orta (Almada), o representante dos médicos deu o exemplo dos casos de cegueira no Hospital de Santa Maria como um bom exemplo de aprendizagem.

«O que aconteceu no Santa Maria deve levar-nos à modificação de procedimentos. De imediato o hospital assinalou e assumiu o erro, identificou todos os procedimentos e passou à indemnização dos doentes. Este é que é o caminho certo», comentou.

Em Portugal e na generalidade dos países do mundo «não há dados fiáveis» sobre erros médicos ou ocorridos em meio hospitalar.

Há alguns anos, o cirurgião José Fragata calculou que um em cada 10 doentes fosse afectado por erro médico, mas o bastonário diz que estes dados não têm «qualquer relação com a realidade».

Segundo a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), ascendiam a mais de 29 milhões de euros os pedidos de indemnização aos hospitais públicos em acções judiciais por «alegada assistência médica insuficiente» entre 2005 e 2007, segundo dados divulgados no ano passado.

 

Link: http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/erro-medico-tvi24-medicos-hospital-queimadas-saude/1171561-4071.html 

link do postPor Inconformado, às 18:45  comentar


 
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